Idoso: Personalidade na vida adulta Tardia
Nos dias atuais, de pandemia da COVID-19, mais do que nunca, devemos nos manter atentos aos idosos, uma vez que são a população mais prejudicada pela doença e pelo isolamento, sendo comum os idosos se desorganizarem-se emocionalmente neste momento.
Logo, preparei um material resumido que foca em explicar as teorias da personalidade na vida adulta tardia (idosos). Este material é indicado aos familiares de idosos e seus cuidadores. Boa leitura e espero que gostem!
Ricos em histórias, sabedoria e experiência de vida, eles ainda têm muito o que nos ensinar!
Personalidade na Vida Adulta Tardia
As autoras Papália e Feldman, em seu livro de
2013, trazem o tema da personalidade como um fator muito importante de ser observado
e avaliado no processo de envelhecimento, sendo um forte previsor de
emotividade e bem estar subjetivo, muitas vezes até mais fortes que as relações
sociais e de saúde (Isaacowitz e Smith, 2003). Em um estudo longitudinal que
acompanhou quatro gerações por 23 anos, onde foram ouvidas questões
autorrelatadas sobre emoções negativas (inquietude, infelicidade, tédio,
depressão, etc.), constatou-se que estas diminuíram com a idade. Já aqueles
relatos sobre emoções positivas (entusiasmo, interesse, orgulho e senso de
realização), tenderam a permanecer estáveis até a velhice, observando-se um
leve declínio e ainda assim, ocorridos gradativamente (Charles, Reynold e
Gatz, 2001).
Estes fatos podem ser explicados através da Teoria da Seletividade
Socioemocional, onde a medida que as pessoas envelhecem, tendem a procurar
atividades que lhe proporcionem prazer, bem como ligar-se à pessoas que lhe
tragam gratificação emocional, além da notória habilidade que adultos mais
velhos demonstram em controlar suas emoções, podem também explicar o fato deles apresentarem mais
felicidade se comparados à adultos mais novos (Blanchard-Fields, Stein e Watson, 2004; Carstensen, 1999; Mroczek e Kolarz,
1998).
Outra
questão relevante é o fato de que as emoções fazem parte da definição de
personalidade, como por exemplo uma forma neurotricista de ver a vida é uma
forma negativa de ver o mundo, então, relacionar fatores variáveis da
personalidade ao bem estar geral e a satisfação com a vida não causam surpresa
(Lucas e Diener, 2009).
Segundo
Erik Erikson, em sua Teoria do Desenvolvimento Psicossocial, onde relata o
crescimento psicológico ocorrendo através de oito estágios e fases, sendo que
cada estágio da vida é atravessado por uma crise psicossocial, havendo sempre
duas vertentes, uma positiva e outra negativa (Papália & Feldman, 2013).
Considera-se
como bem sucedida, aquela pessoa que nesta tarefa final de integração,
adquiriram um entendimento do significado de sua vida, compreendendo seu papel
em uma ordem social abrangente. Assim, a virtude adquirida aqui é a sabedoria, no
sentido de aceitar a vida que se viveu sem resignação diante de maiores
arrependimentos e pensamentos e julgamentos onde se pensa no que poderia ter
feito, ou o que poderia ter sido.
Erikson
ainda relata, que ainda que esta fase seja alcançada e vivida com sabedoria e
integridade do ego, algum desespero ocorrerá, pois estarão suscetíveis a
grandes e muitas vezes repentinas mudanças, incluindo as doenças e
comprometimentos advindos com a senilidade. Para este autor, a conquista desta integridade
do ego na vida adulta tardia, requer constantes estímulos e desafios, como
aprender um novo idioma, praticar um esporte, envolver-se com artesanatos e
etc.
PAPALIA,
Diane E. / FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. 12. ed. - Porto Alegre:
AMGH, 2013. Cap. 18