Idoso: A doença de Alzheimer e Cuidadores
Nos dias atuais, de pandemia da COVID-19, mais do que nunca,
devemos nos manter atentos aos idosos, uma vez que são a população mais
prejudicada pela doença e pelo isolamento, sendo comum os idosos se
desorganizarem-se emocionalmente neste momento.
Logo, preparei um material resumido que
foca em explicar as teorias da personalidade na vida adulta tardia (idosos).
Este material é indicado aos familiares de idosos e seus cuidadores. Boa
leitura e espero que gostem!
Segundo Zanini (2009),
muitas
vezes os idosos sofrem mudanças nas suas atividades do dia a dia e podem
enfrentar alguns problemas psicológicos, sendo que a depressão é comum nos
casos da terceira idade, quando começam a enfrentar dificuldades físicas, como
andar e realizar tarefas cotidianas que garantem a independência. O
enfraquecimento de habilidades cognitivas, como por exemplo, a perda da memória
e atenção, faz com que muitos idosos tenham dificuldades em reconhecer pessoas,
como amigos, parentes, familiares e a si mesmos, em casos mais graves.
Zanini (2009), ainda apresenta os seguintes dados: "No Brasil, em idosos que vivem na comunidade, a prevalência de demência varia de 1,6%, entre as pessoas com idade de 65 a 69 anos, a 38,9%, naqueles com mais de 84 anos. Assim, nota-se a importância de estudos sobre este tema.", trecho retirado da segunda página de seu artigo.
Dentro do quadro de demência podemos encontrar a doença
de Alzheimer (DA) que atinge tantos idosos. Com a doença de Alzheimer o idoso
pode enfrentar problemas cognitivos e na memória, principalmente na memória de
curto prazo, fazendo com que a pessoa se esqueça de um fato que ocorreu há
minutos. Entretanto, muitas vezes na DA a memória de longo prazo está mais
preservada que a de curto prazo, sendo assim, os idosos tem uma maior
facilidade de recordar-se de eventos que ocorreram anos atrás, muitas vezes em
sua juventude, do que eventos que acabaram de acontecer. Ou seja, é muito comum o
idoso falar que não almoçou ou não comeu algo, logo após de comer, ou perguntar o
nome da pessoa com quem está conversando quando a pessoa acaba de se
apresentar ou, ainda, idosos alfabetizados escreverem a mesma frase várias
vezes seguidas.
Durante os estudos
de Zanini, foram aplicados exames neurológicos com pessoas que eram diagnosticadas
com a DA. Foi percebido que a perda da memória e cognitiva ocorria rapidamente
e que atividades que estavam associadas ao lobo temporal do Cérebro, tinham o
maior prejuízo comparado ao lobo frontal, apresentando declínio ao decorrer
dos anos, mas de maneira menos intensa. Junto com a perda da memória há também
a desorientação espacial.
Esses sintomas são insidiosos, conforme diz Zanini (2009), pois tem a piora lentamente progressiva, porém existe a possibilidade de estabilidade com acompanhamentos médicos e medicamentos prescritos. Dependendo do grau da D.A., pode haver também desordem na linguagem, distúrbios de planejamento e de habilidades visuoespaciais.
A D.A. é definida como uma doença degenerativa que afeta principalmente a área hipocampal e com o comprometimento de regiões corticais. Caracterizando, também, alterações comportamentais do idoso, motor e sensorial, conforme a doença vai se agravando.
Segundo Meiry Fernanda Pinto e col. (2008) os idosos com a DA apresentavam uma idade média de 79,6 anos, com 77,1%, sendo mulheres na grande maioria, viúvas ou divorciadas. Alguns autores mencionam que isso se dá pela diferenciação da mortalidade entre os sexos, inclusive, na população brasileira. A cada cinco anos, aumenta o número de idosos com idades entre 65 a 85 anos que são diagnosticados com a D.A. Os cuidadores de idosos demenciados são na grande maioria, do sexo feminino com idades entre 50 a 65 anos, segundo a literatura.
As pesquisas mostram que muitas cuidadoras são
casadas e buscam desenvolver atividades relacionadas com os cuidados
domésticos, gerando acúmulo e sobrecarga de trabalho, causando uma tensão
nessas mulheres de origem social, físico e emocional, contribuindo com o autodescuido e
comprometimento da saúde.
Conclui-se que cuidadoras de idosos de D.A. têm maior
probabilidade de desenvolver sintomas psiquiátricos, problemas de saúde,
maiores conflitos entre familiares e problemas no trabalho, comparados às
pessoas que não exercem a função.
Fonte:
Zanini, Rachel. Demência no idoso: aspectos neuropsicológicos. Florianópolis-SC, Brasil. UFSC, 2009, 2p. Disponível em: http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1802/262%20revisao.pdf
PINTO, Meiry Fernanda; BARBOSA, Dulce Aparecida; FERETTI, Ceres Eloah de Lucena; SOUZA, Lídia Ferreira; FRAM, Dayana Souza; BELASCO, Angélica Gonçalves Silva. Qualidade de vida de cuidadores de idosos com doença de Alzheimer. São Paulo – SP, Brasil. UFSP, 2009, 2,3 e 4p. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/3070/307023846009/