Psicologia Hospitalar

        Esta publicação tem como foco resumir algumas informações, coletadas durante minha Pós graduação de Psicologia Hospitalar. Afinal de contas, conhecimento arquivado em pastas ou gavetas é um conhecimento "morto". Espero que gostem! 

Qualidade no Atendimento Hospitalar

 

Com base nas informações contidas em livros e artigos, é possível compreender dois tipos de atendimento, ambulatório e hospitalar. Além disso, foi apresentada uma visão de atendimento humanizado, recursos humanos, espaço físico do hospital, entre outros.

É de extrema importância sabermos diferenciar ambos os atendimentos apresentados na disciplina, o atendimento ambulatório e o atendimento hospitalar. O atendimento ambulatório são atendimentos realizados como consultas periódicas, onde o paciente procura o médico a fim de fazer uma verificação de seu estado de saúde, ou seja, o sujeito procura um consultório médico para prevenir doenças. Já o atendimento hospitalar são atendimentos de pronto atendimento, ou seja, atendimento de emergência, quando o paciente busca o hospital, já estando doente, precisando ser tratado imediatamente.

Independente do tipo de atendimento prestado, seja ele, atendimento ambulatório ou atendimento hospitalar, há necessidade de se ter uma visão ampla das condições em que o paciente se encontra, não só apenas o estado de sua doença, mas, também é necessário averiguar as condições que o profissional de saúde se encontra.

Para se ter um atendimento de qualidade nos hospitais e clínicas, é preciso ter profissionais saudáveis e ambiente que proporcione recursos necessários para um bom serviço. Caso não haja estas condições, é praticamente impossível se ter um atendimento de qualidade, pois os recursos dos hospitais não comportarão as demandas.

 

Há, também, a necessidade em averiguar as condições psicológicas do profissional da saúde, uma vez que este profissional poderá estar sobrecarregado de trabalho ou emocionalmente. Logo, algumas questões sobre os atendimentos precisam ter uma maior atenção, como por exemplo, o quanto o profissional da saúde esteja sobrecarregado e tenha uma visão engessada sobre o sofrimento do paciente? Se o ambiente está ofertando todos os recursos necessários para que o profissional tenha possibilidade de executar um bom trabalho? Ou seja, deve-se haver um cuidado ao cuidador. Profissionais que estão desamparados e exaustos precisaram de intervenção e cuidados para que consigam voltar a prestar um bom serviço.

Já aos cuidados do paciente, cabe entendermos que antigamente a medicina clássica tinha um olhar, apenas, para o biológico do sujeito, como um organismo vivo, não levando em consideração o estado social, econômico e psicológico do sujeito. Sendo assim, houve a necessidade de se criar um atendimento mais humanizado para os pacientes. Levando profissionais da saúde a modificar e desenvolver um atendimento humanizado, onde o paciente não é mais visto como, apenas, um organismo vivo. Ocorrendo uma maior aproximação de relação entre profissional da saúde e paciente. Na humanização é levado em consideração, também, a opinião e sentimentos do paciente.

Segundo Santos (2014) o paciente poderá enfrentar situações onde poderá modificar seu estado físico, mudando assim sua aparência, expondo o paciente a possíveis situações de estresse. Tais procedimentos poderão ser muito invasivos para o sujeito que está passando por um processo de cirurgia, hospitalização ou até atendimento. O indivíduo pode enfrentar situações que terão mudanças significativas e permanentes em sua vida.

 

Santos menciona, ainda, alguns tópicos para se ter um atendimento humanizado de qualidade, eles são:

 

 

 

a)       Receber bem o paciente, com interesse, olhando-o e observando todos os pontos indicados aqui anteriormente.

b)      Verificar o nível de consciência do paciente, perguntando seu nome, o nome de seu médico e qual cirurgia vai realizar.

c)       Identificar-se, dizendo nome, função e o motivo das perguntas.

d)      Preservar a intimidade do paciente.

e)       Verificar se as grades das macas estão travadas.

f)       Observar e detectar se existe expressão de medo, ansiedade ou desconforto.

g)      Questionar se ainda há dúvidas quanto à anestesia ou ao procedimento a ser realizado e fazer as orientações necessárias. Caso necessário, conversar com o médico do paciente.

h)       Permanecer com o paciente em todo o processo até sua saída do Centro Cirúrgico (SANTOS, 2014, p.23-24).

 

 

Esses tópicos são importantes para manter um atendimento humanizado de qualidade, uma vez que o olhar não deve ser focado somente na doença. Há toda uma preocupação e cuidado em manter o paciente informado, consciente e preparado para passar pelos procedimentos médicos.

Concluindo, é de grande impacto para o paciente um atendimento humanizado, assim como é para o profissional da saúde, pois se deve manter um olhar ao paciente como sujeito e humanizado, considerando, também, questões sociais e psicológicas. Além disso, deve-se manter, um olhar para o profissional da saúde, pois só assim o profissional poderá garantir um atendimento de qualidade. Já houve muitas modificações e implementações que contribuíram para uma melhora de qualidade dos atendimentos. Entretanto, há muita coisa a se fazer para se melhorar, como por exemplo, maior envolvimento as questões problemas que surgem na saúde.


 Fonte: SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem hospitalar: estruturas e condutas para assistência básica. -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014.








A Psicologia no Âmbito Hospitalar

 

A função do psicólogo dentro da área hospitalar pode ter dois campos, segundo Romano (1999) o Psicólogo que atua no setor de recursos humanos, onde neste campo de trabalho o hospital é visto como uma grande empresa, na qual há necessidade de se manter recursos para seu funcionamento, sejam eles recursos humanos ou não. Como Psicólogo Organizacional, no setor de RH é o psicólogo que será responsável pelos recursos humanos, como treinamentos, pesquisas de campos, processo seletivos, entrevistas, entre outras funções da psicologia organizacional, uma vez que a especialização deste profissional é esta.

O segundo meio de atuação é o Psicólogo Institucional. A segunda maneira de atuação, o profissional atuará com a tríade: Paciente, família e equipe. Logo, é este o responsável por ser porta voz entre paciente e equipe. Atuará também diretamente com a família ou trabalhos diretamente com a equipe, evitando desencontros de informações que poderão levar desorganização entre a equipe, família e paciente. Havendo necessidade que o profissional intervenha não só quando lhe é solicitado, mas quando averiguar demandas relacionadas à sua função dentro da instituição.

Vale lembrar que independente da abordagem do psicólogo, o profissional é um psicólogo hospitalar e institucional, dentro do campo hospitalar. É de extrema importância se ter em mente qual é o grande beneficiado pelo trabalho do psicólogo, mesmo que de certa maneira, todos ali podem se beneficiar do trabalho do profissional, ou seja, não só o paciente, mas como também a família e equipe de trabalho (ROMANO, 1999).

Além disso, se o Psicólogo estiver atuando dentro de uma instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), é importante o profissional ter conhecimento de Políticas Públicas para sua atuação, uma vez que o SUS tem suas bases construídas por meio destas. É necessário reconhecimento não só biológico do paciente, mas também, psicológico, econômicos e sociais.  

 

No que se refere à equipe, é de extrema importância uma equipe multidisciplinar, uma vez que o conhecimento não pode ser fragmentado e reducionista a uma única área. Sendo assim, dentro do ambiente hospitalar, há diversos profissionais de diferentes áreas, como, por exemplo, enfermeiros, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, auxiliares de limpeza, administradores, engenheiros, farmacêuticos e muitos outros. Cada profissional tem sua importância, e não é necessário que todo profissional saiba do trabalho do outro o tempo todo. Entretanto, precisa haver uma boa comunicação e muitas vezes uma sintonia, pessoas trabalhado realmente em equipe, uma vez que cada um tem seu papel e função dentro do hospital, sendo de extrema importância o trabalho de cada profissional envolvido, seja de qual área for (ROMANO, 1999, p. 79 – 82).

Outro tópico ser discutido é o papel da família no processo de um paciente hospitalizado, são muitos os autores que relatam sobre, onde a família tem impacto direto nas emoções e até nas decisões dos pacientes.

 

Em se tratando de acompanhantes familiares, foco do estudo, na vivência de tais processos, muitas questões perpassam a travessia que vai do diagnóstico ao possível luto decorrente da morte. É com dúvida e medo que pacientes e familiares se expõem a situações extremamente difíceis, necessitando de cuidados especializados para confrontar a situação de crise geradora de diversas repercussões emocionais (NEVES e et al, 2018).

 

 

Vale ressaltar que cada família tem uma forma de funcionamento, onde cada membro desempenha um papel e um lugar dentro da dinâmica familiar. É de se esperar que em um ambiente hospitalar a família encontra-se em processo de adaptação tentando equilibrar-se e ora acaba desequilibrando-se, já que o processo de adoecer não envolve apenas o adoecimento do corpo do paciente, mas também a dinâmica familiar do paciente e de seus familiares. É de extrema importância este olhar subjetivo do processo de adoecimento de um membro, para que assim, o psicólogo possa ser porta voz e mostrar esta visão para a equipe hospitalar. Com isso, pode haver melhoras na harmonia e comunicação entre equipe, entre equipe-paciente e equipe-família (NEVES e et al, 2018).

Conclui-se que são muitos benefícios que o psicólogo possa contribuir dentro do hospital, seja para o paciente, para a equipe, familiares dos pacientes ou até para a instituição, uma vez que há o psicólogo que atua direto no setor de recursos humanos dentro da instituição hospitalar. O profissional ora pode atuar como psicólogo clínico e ora atuará como psicólogo institucional, já que o ambiente hospitalar é complexo e surgem diversas demandas durante o processo de adoecer dos pacientes.


 Fonte: ROMANO, B. W. Princípios para a prática da psicologia clínica em hospitais. – São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999, p. 25-35 . 

NEVES L.// GONDIM A. A.// SOARES S.C.M.R.// COELHO D.P.// PINHEIRO J.A.M. Processo de hospitalização para o acompanhante.  Esc Anna Nery 2018;22(2). Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ean/v22n2/pt_1414-8145-ean-2177-9465-EAN-2017-0304.pdf. Acessado em: 29/09/2020, às 11:00 horas.


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